Peso na Consciência ou Falemos de Trump. Quantas vezes?
Quantas vezes ajudou, ou se deixou deslumbrar, com um projecto de uma celebridade, desprezando um projecto de um conhecido, vizinho ou amigo?
Quantas vezes mostrou que a agressividade resolve, ao gritar, ameaçar bater ou dar razão a quem o fez?
Quantas vezes assistiu com os seus filhos a injustiças praticadas na rua, à sua frente e virou a cara fingindo não ver?
Quantas vezes desprezou a visão dos sociólogos e psicólogos que, como eu, alertam para os perigos da falta de sinceridade e honestidade das pessoas quando respondem a questionários, o que alerta para a importância de se escutar o outro, para além de ouvir o outro?
Quantas vezes disse que não se deve insultar, generalizar, e depois fez exactamente o mesmo em relação a alguém?
Quantas vezes deixou a vida passar sem debater com os seus filhos?
Quantas vezes somos capazes de olhar para os nossos umbigos numa competição desenfreada, num existir encenado, num olhar as redes sociais como verdades, no desprezo pelos nossos sentimentos e num desconforto com os sentimentos dos outros?
Quantas vezes acreditei, quando na verdade era hora era de explorar, de investigar e de aprofundar…
Quantas vezes falhei com os outros porque finjo acreditar que a vida é um simples “isto”. A vida não é um simples “isto”. A vida pode ser plena, intensa, feliz, profunda. Posso trabalhar com paixão, com dedicação, posso ser feliz, posso não ter vergonha de ser feliz. Posso pelo menos tentar. As (boas) celebridades somos nós.
Viver intensamente é estar mais atento, mais envolvido. É chorar menos sobre os leites derramados. É pegar nos copos que tombaram e levantá-los. É evitar que eles tombem.
Se foram os desiludidos que votaram, o que tem feito pela sua quimera?
A criação do Mundo Brilhante permite-me visitar escolas de todo o país e provocar os diferentes públicos para poderem melhorar. Agitamos. Queremos deixar marcas.