Quando começa a adolescência?
A adolescência é uma fase que me assusta. Espero não ter de me reinventar como mãe! Receio não estar preparada para todos as mudanças de humor, preocupações e principalmente para os ver voar.
Sempre disse que durante a infância plantamos sementes e na adolescência normalmente faz-se a primeira colheita … mas agora pergunto-me se terei dado o melhor de mim, se os meus filhos irão reconhecer a nossa casa como o seu porto seguro, se irão continuar a gostar de mim e a ouvir-me, se farei parte das pessoas que procurarão quando têm dúvidas ou preocupações, como tem sido até aqui …
Não acho que deva ser a melhor amiga dos meus filhos pelo simples facto de que, para mim, sou algo absolutamente maior, sou amor de mãe e neste amor tem de entrar a educação e o Não. Como chamar a atenção, proibir ou impor limites se formos compinchas? … Mas não é preciso colocarmo-nos do outro lado da barricada … não pretendo passar a ser vista como o inimigo… a bruxa má das histórias que lhes contei!
Fala-se tanto da fase do gavetão, da fase do armário … mas a fase da adolescência começa realmente quando?
A Organização Mundial da Saúde define que a fase dura dos 10 aos 20 anos.
Socorro! Então, a adolescência cá em casa entrou de mansinho e eu não dei por ela, não se fez anunciar. Mas agora que penso e revejo, algumas atitudes há muito que se modificaram. Realmente as amizades passaram a ser um factor primordial – é verdade que já não querem andar tanto connosco, o tempo passado em casa muitas vezes é de phones nos ouvidos, já procuram outro género de roupa (igual à multidão), e não gostam de sobressair … E já ouvi um “não percebes disto!” Estava à espera das mudanças físicas, mas as emocionais e psicológicas afinal começam antes … a adolescência não se faz anunciar!
Será que na hora da verdade estarei à altura? Conseguirei ter a mesma postura para ele e para ela? Muitas pessoas aconselham para que não forcemos a nossa presença, não sejamos invasivos, respeitemos o espaço e estejamos abertos ao diálogo… agora estes conselhos espalho-os pela casa para que eles os interiorizem…? ou sento-me e espero que me procurem, no momento em que se sentirem preparados?
E estarei eu preparada? Não sei … vou dar o meu melhor, no meu caso triplamente … no fim, com amor e paciência espero que consigamos sair “vivos”, felizes e com muito respeito e carinho mutuo.
Esta historia só a poderei contar daqui a uns bons anos, se não enlouquecer até lá … desejem-me sorte!!!