O regresso às aulas
Setembro sem medos: O regresso às aulas
Socorro!
É só o que tenho vontade de dizer agora que chega Setembro. Normalmente já estou a dar pulos de alegria quando se aproxima vagarosamente. Agosto para mim é terrível. Colégio fechado, sem férias o mês inteiro, a busca incessante de tempos livres e ocupações semanais, a incerteza e o coração partido ao deixá-las em sítios diferentes, com pessoas diferentes durante um mês que parece não ter fim. O cansaço acumula e por isso Setembro é desejado com fervor, como o mês em que volta a rotina, os horários certos, a sesta da tarde e os almoços na escola. “Fim das lancheiras á vista! Viva o Colégio!“ São frases palpitantes no meu coração ansioso.
Mas este ano, Setembro adquire uma nova e preocupante dimensão. A mudança de escola assusta-me, será que estão preparadas? O que vão sentir quando não virem as caras conhecidas e de sempre para as receber? E os Amigos? O Didi? A Babá e a Cacá?
A decisão foi equacionada ao máximo e medida ao pormenor, mas por muito que repita para mim mesma que vai correr tudo bem, que as crianças tem capacidade sociais superiores às nossas, fico inquieta e sem certezas de ter optado corretamente.
Na verdade como é que sabemos?
Como é que podemos ter a certeza se estamos a agir corretamente? “Eu penso, eu sinto, eu acho” Eu … E eu … Eu que sou tão diferente da minha filha, que embora pequena tem uma personalidade tão distinta da minha. Embora pequena sente de maneira tão diferente e encara o mundo com olhos que não são os meus.
O pequeno mundo dela está prestes a mudar. Fui eu que decidi que estava na hora de mudar. E para mim muda tudo o resto: novas rotinas, horários, vou ser recebida por pessoas diferentes, vou levar uma eternidade para saber de cor o nome de todos aqueles que vão partilhar comigo a tarefa de educar as minhas filhas.
Quando procurei uma escola nova tentei encontrar, em cada uma que visitava, um elemento diferenciador. Á partida excluí todas as que conhecia como “Escolas Ranking”, queria uma escola que abraçasse a diferença, que se preocupasse mais com a individualidade da criança e menos com resultados quantitativos. Chorei lágrimas de desespero quando percebi que são muito poucas.
Chegava a uma entrevista e perguntava: ”As crianças têm trabalhos de casa quantas vezes por semana?”
Do outro lado, quase sempre, uma expressão incrédula quando referia que não queria que as minhas filhas tivessem trabalhos de casa. Que em casa quero que brinquem, que desarrumem, quero que tenham tempo para ir ao parque ou andar de bicicleta. Quero que esqueçam a escola quando não estão lá. Quero que sejam crianças porque não há forma melhor de aprenderem a vida.
Pudesse eu voltar o tempo atrás e teria demorado mais tempo a crescer, teria batido o pé a cada vez que me diziam para ser crescida.
Mas Setembro está à porta, é tempo de cartolinas sem fim, lápis de cor, canetas e mochilas, preparar a farda nova, ensaiar o caminho da escola para casa e do trabalho para a escola. Organizar horários de atividades, reuniões de pais e convívios familiares.
É tempo de ser crescida e encarar Setembro de frente. Sem Medos.
imagem@Tuchique
Escrevo sobre o que me faz feliz, escrevo sobre o que me faz triste. Escrever faz-me feliz. Adoro desafios! Ser mãe é o maior desafio da minha vida.
5 comentários
Como entendo o medo. Do nosso lado agravado com uma anterior decisão de mudança que não correu muito bem.
Entrei no site School Embassy mas não nos deu grande ajuda – não tem avaliações para nenhum dos colégios da zona 🙁
Estamos com o coração apertado – segunda mudança em dois anos, quando a intenção era dar-lhe alguma estabilidade.
Vai ver que vai correr bem! O School Embassy é de facto uma grande ajuda mas sendo um projeto recente precisa de tempo para ter mais avaliações. Boa sorte!
Subscrevo na íntegra!
Grata pela partilha, é bom saber que há mais pais com os mesmos pensamentos
🙂
já agora em que escolar os colocou? se não é indiescrição? é em Lisboa? é particular?