Eu preservo e valorizo as amizades. Mas prefiro quase sempre passar o meu tempo com a minha família do que com qualquer outra pessoa do mundo…
Eu gosto da minha família.
E sei que passo mais tempo com eles do que com qualquer outra pessoa do mundo, e é uma opção minha.
Levei muito tempo e gastei muita energia para escolher o homem com quem queria partilhar a vida. É a pessoa de quem mais gosto no planeta inteiro. E também invisto muito tempo para garantir que os meus filhos se tornem no tipo de pessoas com quem eu quero e gosto de estar. Somos definitivamente um projeto em andamento, mas ainda assim, vou sempre escolhe-los.
Escolho estar com eles em vez de ir sair e ir beber um copo com adultos vivos e reais, porque à sexta-feira à noite fazemos um programa de Tv e pipocas em família.
Escolho passar o sábado de manhã com eles em vez de ir a um brunch com amigas. Eu passo a semana toda a correr de um lado para o outro, a manda-los fazer os TPC, arrumar a mochila, a dar banhos e refeições, e quero aproveitar esse nanosegundo do fim de semana para poder estar presente a 100% antes de nos enfiarmos em mais uma semana louca.
Escolho estar com eles porque, sejamos sinceros, para estar com as minhas amigas tenho de me vestir à séria.
Eu escolho ir de férias com eles, porque mesmo nos piores momentos, quando estão a fazer birras, a chorar ou implicar, entendo-os. Sei quem tem fome, quem está com sono e quem está em baixo e precisa de ser animado. E sim, normalmente sou eu. Eu sei que um de nós está proibido de se descalçar no carro e que outro precisa de comer poucos segundos depois de acordar da sesta. Nós conhecemos os nossos ritmos e manias como se fossem as nossas.
Escolho-os porque eles são exatamente tudo o que eu sempre quis mesmo antes de saber o que é que queria.
Eu escolho-os porque eles me entendem. Eu sou alegre mas irritante de manhã e normalmente adormeço a meio de um filme ao serão. Eles sabem que adoro manteiga de amendoim, que sou uma versão ansiosa de uma mãe helicóptero quando os vejo a nadar, que eu odeio ter frio e que a desordem me tira do sério. Eles conhecem as minhas falhas todas e amam-me incondicionalmente, na mesma.
Escolho-os porque, apesar das suas piadas serem secas, de estarem constantemente a implicar, terem as mãos e caras muitas vezes pegajosas, e cantarem pessimamente a versão do “Take Me Home, Country Roads,” a minha família diverte-me mais do que qualquer concerto, programa fashion, ou qualquer filme no cinema.
Este tempo está a passar a voar, meu Deus!. Pestanejei. Ele fez 10 anos. Ela tem 5. Até tenho medo de pestanejar novamente. Fico aqui com palitos nos olhos a aguentar as pálpebras.
Escolho-os porque, nos divertimos à grande a viajar e a fazer ski todos juntos mas também gostamos de ficar um dia em casa na ronha sem fazer nada de especial. Estamos juntos apenas e esses são os meus dias favoritos. Os dias de preguiça total que nos enfiamos no sofá confortavelmente com livros, filmes e snacks. Eu escolho este programa a qualquer outro.
Eu escolho-os, porque nesta fase também eles me escolhem.
Pelo menos por mais uns tempos, porque assim que tenham carta de condução vão escolher o mundo inteiro menos a mãe, e isso é normal. Talvez agora chore um bocadinho.
Eu escolho-os porque eles são meus. Tal como as restantes famílias, nós não somos perfeitos, mas estamos a crescer em conjunto. Eles são a minha família.
Por isso os meus amigos que me desculpem por andar a perder algumas coisas. Provavelmente muitas coisas. Mas entendam, eu só tenho este curto período de tempo para escolher os meus filhos, porque brevemente, eles não me escolhem a mim.
E eu quero aproveitar esta fase ao máximo.
Por Joelle Wisler, publicado em Scary Mommy
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