Os animais de estimação e o desenvolvimento das crianças
Desde cedo, os animais povoam os dias das crianças.
São uma porta de entrada para a descoberta do mundo e um estímulo à curiosidade. Numa visita ao quarto de uma criança pequena, ou à sala da sua creche ou jardim de infância, deparamo-nos com o tema dos animas nas mais variadas formas. Os peluches em forma de animal, os livros sobre os animais da quinta, da selva, do mar, domésticos, os brinquedos de borracha para o banho. Também, desde cedo, o vocabulário associado ao mundo animal é introduzido – o “ão ão”, o “miau” ou o “piu piu”…
Posso ter um golfinho?
Depois desta descoberta progressiva é natural que algumas crianças perguntem aos pais se poderão ter em sua casa um animal de estimação. Por vezes, e em idades precoces, podem surgir desejos mais difíceis de concretizar. O golfinho. Ou a girafa. Ou o tubarão. Há desejos para todos os gostos! Mas, aos poucos, as crianças acabam por compreender que animais se incluem nesta categoria dos animais de estimação, afinando os seus desejos.
Eles podem ajudar no crescer
Podemos dizer que ter um animal de estimação pode assumir um impacto significativo no desenvolvimento global da criança. No seu desenvolvimento cognitivo, social, físico e emocional. Uma criança que tem um animal de estimação aprende a cuidar de outro ser. Estimula-se, assim, o respeito, o cuidado e a atenção às necessidades do outro.
Podem ajudar a desenvolver a autonomia e a responsabilidade
Geralmente, as crianças também veem os seus animais de estimação como companheiros. São amigos e confidentes, leais, que respeitam e não criticam. Também quando a criança assume algum tipo de responsabilidade no cuidado ao animal de estimação, seja o alimentar ou o passear, por exemplo, está a desenvolver a sua autonomia, a responsabilidade e a noção de autoeficácia. Assim, do ponto de vista emocional e social, as vantagens podem ser variadas.
Podem ajudar a desenvolver a motricidade
Se falarmos de um animal como um cão, ou um gato, que gosta de brincadeiras “físicas” este favorecerá a motricidade grossa da criança. Entre correrias e pulos desenvolverá os seus grandes grupos musculares. Se falarmos de um animal mais pequeno, como um peixe ou uma tartaruga, a criança poderá desenvolver a sua motricidade fina. Por exemplo, no momento em que alimenta o seu animal de estimação, tendo que segurar pequeninas quantidades de comida com os seus dedos.
Se não pode ser o golfinho, o que pode ser?
Importa perceber, antes de se adquirir um animal de estimação, se do ponto de vista de saúde da criança, por exemplo, ao nível de alergias, se este não poderá constituir um fator de risco. Simultaneamente, é importante a família, logo de início, perceber se existem determinadas condições:
- de espaço;
- económicas;
- e da própria rotina que assegurem a adequada assistência ao animal.
Assim, é importante, ainda, refletir em conjunto, logo de início, que cuidados têm de ser assegurados e quem ficará responsável pelas tarefas associadas ao animal:
- quem alimenta;
- quem leva ao veterinário;
- por exemplo, quem passeia (dificilmente será uma criança sozinha);
- quem compra a comida;
- quem limpa o aquário, a casota, ou gaiola, etc…
Se este cuidados não forem tidos de antemão, poderemos posteriormente assistir a situações de conflito entre a família.
E como se diz “adeus”?
Habitualmente, no momento em que uma família adquire um animal de estimação não diz à criança, no meio do entusiasmo ,“mas olha, um dia ele vai morrer…”.
Um momento difícil de lidar será ter dizer à criança que o seu animal de estimação morreu. Será sempre diferente quando a morte é repentina/inesperada ou quando o animal já está “velhinho” ou doente. Na última situação, é possível preparar a criança para o que vai acontecer, explicando que o animal está velhinho ou doente, que os veterinários fizeram tudo o que podiam para ajudar o animal.
No momento de partilhar a notícia, os pais devem escolher um momento em que não estejam outras pessoas perto, num local em que a criança se sinta segura e confiante. Avançando na notícia, é muito importante avaliar que quantidade de informação necessita a criança, tendo em consideração a sua idade, maturidade e experiência de vida. É verdadeiramente importante dizer a verdade e nunca optar por mentiras, aparentemente, menos dolorosas… Como que o seu animal fugiu e foi fazer uma viagem.
Mas, afinal, posso ou não ter um golfinho?
imagem@photosup
Cada flor, com as suas características próprias, constitui um desafio especial e único em terapia.