
Os direitos das crianças que têm direito a ser crianças
Os direitos das crianças
Às vezes esquecemos que as crianças não são mini adultos. São seres humanos “em construção”, é certo, mas a infância passa rápido e temos tendência a exigir, a demandar, a lembrar os deveres. Hoje é dia de lembrar os direitos – e não só os que estão contemplados na Declaração dos Direitos das Crianças.
As crianças têm direito a sonhar.
A serem amadas.
De se expressar.
A terem professores competentes, pacientes, interessados e justos.
A usar a sua imaginação.
De fazer perguntas, por mais estranhas e “descabidas” que possam parecer.
As crianças têm o direito de não compreender tudo.
De errar.
De serem chamados pelo seu nome – e não pelos comuns “feio” ou “mau” quando fazem algo que desagrada aos adultos.
Não serem insultados (este direito complementa o anterior) – é urgente deixar de dizer às crianças coisas que, de tanto ouvirem, se tornarão a sua realidade. “Preguiçoso”, “burro”, “porco”, e por aí fora.
De serem livres.
Têm direito à sua orientação sexual.
À sua individualidade.
De serem respeitadas.
Serem orientadas.
De fazerem amigos com facilidade, com dificuldade, ou de não fazerem amigos de todo.
À curiosidade.
De testar os limites.
Descobrir o mundo ao seu ritmo.
De não serem comparadas a toda a hora.
A boas rotinas de sono, de segurança rodoviária, de alimentação.
As crianças têm o direito de serem ouvidas.
De não carregarem o peso da crise às costas – a informação está em todo o lado, não precisam de ter medo a toda a hora, de se preocupar com a comida que há-de ser posta na mesa, nas contas que há para pagar… mesmo que haja essa dificuldade, que as crianças não sofram em demasia com a antecipação de algo que não podem mudar. Nós, os pais, temos o dever de usar a imaginação, aquela que sempre esteve connosco desde que somos crianças, para evitar sofrimento desnecessário. E isto vale para tudo na vida dos nossos filhos.
A ter um tecto, comida, educação, acesso à saúde.
De não viverem num ambiente hostil.
À liberdade.
À paz.
Acima de tudo, as crianças têm direito a ser crianças.
Nascer, hoje, em Portugal, é muito diferente de nascer em qualquer outro lugar do mundo. Existem países em que as crianças são respeitadas, mas existem também países em que a infância simplesmente não existe. Temos o privilégio, dentro das nossas limitações, de ser um país sem guerra, sem violência extrema. As nossas crianças têm o direito a usufruir daquilo que as torna crianças – também em respeito àquelas que não têm essa oportunidade. Para que se tornem nos adultos que podem vir a mudar o mundo, com pequenos ou grandes gestos. Para que cada vez menos crianças tenham medo do futuro.
Semear hoje para colher amanhã.
Autora orgulhosa dos livros Não Tenhas Medo e Conta Comigo, uma parceria Up To Kids com a editora Máquina de Voar, ilustrados por aRita, e de tantas outras palavras escritas carregadas de amor!