
Os nervos do final do ano letivo
Com a chegada do fim do ano lectivo, aparecem os nervos de última hora. Principalmente para aqueles alunos que têm tido notas mais baixas ao longo do ano, ou para aqueles que se preparam para os exames e provas finais.
Não é uma altura fácil, nem para pais, nem para filhos. E para ajudar, temos um último período muito curto, com testes semana sim, semana sim, com matéria para pôr em dia, sem tempo para estudar, e sobretudo para descansar.
Pais e filhos andam nervosos e cansados, sem saber para onde se virarem.
Com os alunos no final de Ciclo, ou mesmo com os mais velhos, o tempo aperta, sempre. A correr tentando chegar a tudo o que é necessário fazer.
Certo é que o programa curricular está cada vez mais elaborado, sendo que alguns conteúdos são mesmo complicados para mentes tão jovens e cansadas nesta fase do ano.
Assim, proponho algumas dicas, que tenho utilizado com alunos em fase de dificuldades na organização do estudo, e que tendo em conta o tempo limitado e as outras actividades fora da escola, demonstram falta de organização. O objectivo é antecipar os tempos de estudo, para melhor o rentabilizar:
1. Colocar num calendário todos os testes do 3º período, com uma cor destacável. O mesmo calendário deve ser afixado num local bem à vista do seu filho.
2. Colocar ainda as actividades extra-curriculares, os dias de explicação, os trabalhos para apresentar, as festas de anos, os programas familiares, e tudo o que possa existir de inadiável, nesse mesmo calendário (noutra cor).
3. Organizar, no mesmo calendário, cerca de uma a duas horas de estudo por dia, para as disciplinas em que vai haver teste. O estudo deve iniciar antes da altura crítica (cerca de uma semana antes), para que não existam imprevistos de última hora que possam impedir o estudo na véspera e, mais nervos associados.
Uma vez que o calendário está organizado, em vez de sugerirmos que estudem todo o dia para o teste de segunda feira, podemos sugerir que estudem em períodos de 45 minutos a uma hora, seguidos de um intervalo de cerca de 10 minutos.
Isto pode ser repetido ao longo do dia. No entanto, o importante é que exista estudo com qualidade, e não somente com quantidade. O que pode acontecer ao seu filho, que nesta fase do ano, está um dia inteiro a olhar para os livros, sem tempo livre, é que o conteúdo que consegue memorizar ou compreender, poderá ser muito inferior ao que poderia assimilar se tivesse a cabeça refrescada em períodos mais curtos de tempo.
Sugiro também, se for o caso de não existirem testes marcados numa das semanas (o que é raro), que o seu filho possa usufruir de um dos dias de fim de semana para descansar. Esta proposta vem com base, mais uma vez, na necessidade de descansar, para produzir estudo com maior qualidade.
Por último, e porque não podemos alterar todo o processo de estudo num mês, proponho que os intervalos entre os períodos de estudo sejam preenchidos com alguma tarefa leve (ex: lanchar, brincar com o cão, arrumar a roupa que ficou no chão do quarto, pôr a mesa), mas que não seja: jogar computador ou falar nas redes sociais, consolas, telemóveis ou televisão.
Sabemos que qualquer uma destas actividades prenderá, com muito mais interesse, a criança, sendo muito mais difícil voltar ao estudo de seguida.
Há pais que não concordam, ou que ficam mesmo chocados com a proposta de estudar períodos mais pequenos, ou fazer intervalos, ou ter um dia de descanso.
Mas se pensarmos bem, o mesmo não acontece connosco, adultos? Se tivermos um tempo de descanso psicológico e físico, não produzimos com muito maior qualidade e precisão?
Boa sorte e só mais um esforço, está quase!
Por Rita Bettencourt,
Para Up To Lisbon Kids
imagem capa@espaçocriançaBrasil
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