Os nossos avós e os avós dos nossos filhos
Quem teve o privilégio de ter avós na sua vida (dos bons, é desses que falamos) sabe que eles são muito da sua base. O seu porto de abrigo quando o mundo parece desabar. O “frasquinho” de coisas boas que guardamos connosco desde a infância e que nos acompanhará para sempre.
Os avós deixam os corações melhores, como uma espécie de médicos de ternura e de tranquilidade. Devemos por isso preservá-los na nossa vida mas também deixar que entrem na vida dos nossos filhos.
Mas será que os avós dos nossos filhos são os mesmos?
Os nossos avós já não trabalhavam e tinham todo o tempo para nós. Os avós dos nossos filhos ainda trabalham, mas de vez em quando conseguem ir buscar os netos à escola.
Os nossos avós viviam longe e quando lá íamos trazíamos a mala do carro cheia de couves, fruta e bolinhos secos. Os avós dos nossos filhos moram na mesma cidade que nós e compram-lhes ovos kinder junto à caixa, no hipermercado.
Os nossos avós davam-nos sopa de feijão encarnado ao almoço que não comíamos em casa. Os avós dos nossos filhos passam as sopas com a varinha mágica e há sempre carne e massa quando é peixe cozido ou outra coisa que não gostam para o jantar.
Os nossos avós jogavam connosco às cartas e deixavam-nos andar de bicicleta até ficar de noite. Os avós dos nossos filhos deixam que joguem no tablet e aprendem com eles a subscrever canais no youtube.
Os avós dos nossos filhos são diferentes dos nossos avós. Mas há uma coisa que não muda: o colo sem pressa, a paciência infinita e a calma para tudo.
Esta relação única será um banco de felicidade que iremos trazer sempre connosco. O amor incondicional que ficará guardado para sempre na memória de quem teve a sorte de ter sido neto.
Somos pelo brincar e pelo experimentar para aprender.
Somos pela imaginação e pelo sonho.