
Os panos porta-bebés estão na moda? Já Maria os usava…
ANSALDO, Giovanni Andrea
The Flight into Egypt
1620s
Oil on canvas 170 x 127 cm
Galleria Nazionale d’Arte Antica, Rome
Em várias obras de arte, Maria surge arquetipicamente com um pano onde transporta o Menino.
Sabemos, pois, que carregar os bebés num pano não é moda nova.
Em Portugal, felizmente, testemunha-se um crescente interesse e sensibilidade pelo babywearing (esta forma de transportar os bebés envolvendo-os em nós com um pano ou numa mochila porta-bebés), por parte tanto de mães, que depois influenciam outras mães, como por profissionais de saúde e outros terapeutas – como os osteopatas ou as doulas – que reconhecem cada vez mais os benefícios de transportar o bebé “à distância de um beijinho”, recomendando o uso de porta-bebés ergonómicos.
Para a criança as vantagens passam, acima de tudo, pela prevenção de incorreções ao nível do desenvolvimento da estrutura óssea – como a recorrente displasia da anca – e da estrutura neurológica, e pelo aumento de confiança devido ao contacto (ou melhor: com tacto!) com a mãe ou com o pai, sobretudo se for um contacto direto pele com pele.
Não é novidade que o toque, o afeto e o calor são necessidades básicas. Estudos* comprovam que os bebés transportados nos porta-bebés 3h por dia choram menos. Há igualmente pesquisas** que atestam que os bebés prematuros têm uma resposta mais positiva quando são transportados nos porta-bebés, pois são permanentemente estimulados pelos batimentos cardíacos da mãe, pelo calor da sua pele, pela respiração, além de todo o ritmo que se produz enquanto se movimenta. Por sua vez, os próprios pais tornam-se mais confiantes, dado que facilmente reconhecem os sinais dos seus bebés (movimentos, expressões, respiração, gestos).
Além das vantagens acima referidas, é de longe mais fácil realizar tarefas domésticas, ir às compras e subir escadas – desafio vivido constantemente por quem usa carrinhos – sobretudo quando existem mais filhos pequenos, pois ficam com as mãos livres e não têm que se deslocar recorrentemente para ir ver o bebé.
Desta interação resulta uma maior sintonia e estabilidade para ambas as partes. Uma mulher que tenha tendência para uma depressão pós-parto terá, naturalmente, benefícios acrescidos.
Em resumo, todos estes movimentos e estímulos (físicos, neuronais e emocionais) são fatores que favorecem a fundação de um desenvolvimento físico e anímico sadio da criança e que, em conjunto com as vantagens que também os pais têm, representam os benefícios de usar os porta-bebés ergonómicos.
Já tem o seu?
Por Marta Ribeiro, para Up To Kids®
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