Cada família tem os seus padrões familiares. Aqueles básicos que sempre consideramos impensáveis de descuidar, tal como determinadas regras e rotinas familiares, educacionais, sociais etc. Isto, claro, foi antes de sonharmos sequer com uma pandemia.
Padrões familiares: os nossos decaíram devido à pandemia, e nós lidamos bem com isso
O meu marido escreveu esta lista de compras:
- Vinho
- Manteiga
- Especiarias
Era só isto.
Temos carne no congelador, ovos extras e papel higiénico. Mas há outras coisas que precisamos. Legumes frescos, por exemplo.
Esta lista captura perfeitamente a nossa vida de confinamento devido à pandemia. Com o número de casos a aumentar em todo o Reino Unido, estamos em lockdown, no mínimo, até ao fim de fevereiro.
Este é um dia típico de lockdown em nossa casa:
Acordamos e ficamos na cama. O meu marido lê. Eu leio um pouco e escrevo. A nossa filha fica no telemóvel e depois liga o Microsoft Teams para ter aulas. O meu marido e eu tomamos banho e vestimos os nossos “pijamas de dia”. São roupas que podem ser descritas como os outfits de um adolescente: calças de fato de treino, sweats de capuz, e longsleeves.
Temos todos sweats de capuz da Amazon. Eu não costumo fazer propaganda da Amazon (Jeff Bezos é grotescamente / inescrupulosamente rico), mas estas sweats da marca Amazon são um paraíso.
Faço café (às vezes faz o meu marido).
Dou comida ao cão e depois solto-o pela porta dos fundos para o nosso jardim que é do tamanho de um penico, onde já nem sequer me importo que ele faça cocó.
Pequeno almoço.
O meu marido trabalha na cozinha, a minha filha vai para o quarto ter aulas. Às vezes ouço uma parte das aulas, mas não é meu costume.
Antes da pandemia éramos pais helicóptero no que toca a educação. Agora, só rezamos para que a Internet não caia.
Eu levo o cão a passear, e dou-lhe banho.
A certa altura o meu marido sai para correr.
Eu escrevo ou qualquer coisa assim.
Faço o almoço, ou não. Hoje pedi pizza Domino’s. Às vezes são restos. Ou digo à minha filha para se orientar e picar cenouras, queijo e frutas. Talvez haja presunto, se tiver sorte. Quando não estou a olhar, ela tira um pacote de batatas fritas e uma barra de chocolate e eu finjo que não vejo.
Eu era daquelas pessoas que dobravam as toalhas assim que saiam da secadora e varria de imediato as folhas que voassem pela porta da frente de casa.
Agora tento não me esquecer de pagar as contas e ir ao veterinário e às consultas de rotina que temos marcadas. Escrevo estas coisas numa agenda mas são tão poucos eventos que acabo por me esquecer de a consultar.
Li alguns dos zilhões dos e-mails enviados pela escola da minha filha. Agora que as crianças estão com aulas on-line, nós pais, somos como os auxiliares da sala de aula. Normalmente, ligo para Joanna – uma amiga e outra mãe da escola para perceber o que me passou.
Paramos todos de trabalhar por volta das 17h.
O meu marido e eu costumávamos beber qualquer coisa por volta das 19 horas. Uma taça de vinho, por exemplo. Agora é um cocktail num copo gelado e está pronto às 18h00 (Minto. Normalmente é mais cedo).
O meu marido faz martinis. Eu encontrei uma receita para o martini clássico. Vou partilhar aqui porque os martinis são mesmo muito bons.
RECEITA MARTINIS
- 3 partes gin (usamos Brixton Gin)
- 1 parte vodka (usamos Grey Goose)
- 1/2 parte do ingrediente secreto (Cocchi’s Americano aperitif)
- Uma casca de limão
Antes do jantar, minha filha fica outra vez no telemóvel.
Às vezes toma banho, outras vezes não toma. Vou lavando as sweats dela com frequência a uma temperatura alta.
Damos festas ao cão, brincamos com ele, e damos uma volta com ele ao quarteirão. Imploramos que não coma os tapetes, chinelos, cabos de laptop etc.
De vez em quando temos um puzzle em construção na mesa da sala. O meu marido vai dando uns acordes na guitarra.
Repito para mim mesma o quanto somos afortunados e somos mesmo! Todos os dias agradeço a sorte que temos.
Às vezes cozinho, ou cozinha o meu marido. Eu sou uma cozinheira funcional; ele tem habilidade genuína. Ontem à noite comemos mexilhões com chouriço, alho, cebola e coentro. Adivinhem quem cozinhou?
Jogamos às cartas enquanto comemos. Isso conta como tempo de qualidade em família, certo?
Depois do jantar, a minha filha volta para o telemóvel e para o Roblox. Cada vez menos me preocupo com o tempo que passa com gadgets. Ela é uma criança a enfrentar mais um lockdown. Sente falta dos seus amigos. Sente falta da escola que adora. Não faz desporto. Eu quero é que ela interaja com os seus amigos de todas as maneiras possíveis e imagináveis.
O meu marido e eu assistimos ao “The Durrells”. Nunca assistimos muita TV juntos, mas agora é a nossa noite. Às vezes, assistimos a dois seguidos enquanto bebemos uísque e refrigerantes. O cão senta-se connosco no sofá – quebrando a nossa regra de não se sentar no nosso sofá.
The “Durrells” é sobre uma família britânica que se mudou para Corfu antes da Segunda Guerra Mundial. Eles vivem amontoados numa casa desarrumada e confusa. Eles fazem-nos rir porque nos fazem parecer organizados e não totalmente disfuncionais.
Voltamos para a cama. Ler. Luzes apagadas. Repetir.
Por by Stephanie Gruner Buckley para Scary Mommy, traduzido e adaptado por Up to Kids®
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