Pedir ajuda é amar a dobrar

Pedir ajuda é amar a dobrar

Pedir ajuda é amar a dobrar

A parentalidade é um caminho que não se faz nem em linha reta, nem à margem de constantes desafios. Ser mãe, ou pai, comporta exigências para as quais nem sempre nos sentimos preparados. Entre as expectativas que se criam sobre um filho, sobre os pais que queremos ser e aquilo que na realidade conseguimos ser ser, muitas vezes, torna-se difícil estarmos atentos a todas as fragilidades dos filhos. 

Os pais também têm medo

Quando os pais sentem a fala atrasada, o desenvolvimento motor em “stand-by” ou qualquer outro tipo de condição, num primeiro momento, tentam não ver. Tentam afastar-se da realidade na esperança de que a criança cresça e que a fragilidade passe ou não se continue a notar. Em grande parte, isto acontece por medo e por necessidade de se protegerem.

No entanto, a verdade é que, regra geral, quando os pais se apercebem que alguma coisa não está certa, por norma, não está. E, nestas circunstâncias, quanto mais cedo e certeira for a intervenção melhor. Algumas dificuldades são facilmente ultrapassáveis se não as deixarmos arrastar nem prolongarem-se no tempo. 

Fragilidades físicas e fragilidades emocionais

Esta situação é difícil quando estamos perante dificuldades mais físicas ou palpáveis. No entanto quando falamos de fragilidades do domínio emocional e psicológico a situação agudiza-se. Os pais sentem que tal dificuldade poderá ser o reflexo de alguma coisa que fizeram. Pedir ajuda é o caminho. Mas muitas vezes, começam por tentar estratégias que leram na internet ou em livros, umas mais certeiras do que outras, e demoram a procurar uma ajuda individualizada e especializada. Os pais nunca se querem sentir a falhar com os filhos, ainda menos a nível emocional.

A culpa vive nos pais

E é aqui que reside a necessidade urgente de mudança de perspetiva. Os pais não têm de assumir a culpa na íntegra por uma criança ter dificuldades emocionais ou psicológicas. Os pais precisam de adotar algum tipo de estratégias, evidentemente, mas essas dificuldades não refletem necessariamente erros da parte dos pais. O principal erro – feito com a melhor das intenções – será adiar a procura de ajuda.                

A infância, em especial a primeira infância, é uma janela de oportunidade para intervir e minimizar o impacto das dificuldades da criança ao longo da sua vida. Sejam elas de que índole forem. É na primeira infância que muitas vezes, saltam à vista dificuldades que, se a intervenção for imediata, podem facilmente ser revertidas. Assim, cria-se espaço para desenvolver as áreas fortes de cada criança, aumentando todo o seu potencial.

É essencial que os pais peçam ajuda sempre que sentem que alguma coisa pode não estar certa. E é essencial que em cada pedido de ajuda sintam que estão a dar o melhor de si e não a falhar.

Por Cátia Lopo & Sara Almeida, Psicólogas Clínicas

A Escola do Sentir, promove o desenvolvimento emocional e social do indivíduo.

No mundo infantil, a Escola do Sentir prima e anseia por uma educação holística, focada na criança/adolescente, alicerçada numa intervenção com pais e numa forte vertente de intervenção social e comunitária.

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