confiar nos nossos Pais

Podemos confiar nos nossos Pais!

Podemos confiar nos nossos Pais!

Quando pensamos em falar com os nossos Pais sobre as dificuldades na aprendizagem parece fácil mas… não é assim tanto! Às vezes, só de pensar em falar com eles sobre este assunto até dá um arrepio. Umas vezes pode ser por não querermos sentir vergonha, outras vezes por não os querermos preocupar ou até aborrecer. Mas, podemos perfeitamente confiar neles e pedir-lhes que nos oiçam e compreendam as dificuldades que temos ou estamos a passar. Falar com os Pais pode ajudar-nos muito. E eles podem ajudar-nos. Afinal, os Pais são as pessoas mais importantes das nossas vidas! Amam-nos e cuidam de nós desde que nascemos até quando já somos Pais também!

Vamos ser corajosos e falar!

Quantas vezes é que nos passa pela cabeça “se eu não falar sobre estas dificuldades, pode ser que elas desapareçam”? Muitas, mas… “arrumar o assunto na gaveta” não o resolve e não nos faz sentir mais à vontade para lhes pedir ajuda. Muitas vezes só é preciso uma conversa. Ao sermos ouvidos e compreendidos em relação às dificuldades que temos sentimo-nos melhor, mais facilmente pedimos ajuda aos nossos Pais e arranjamos formas de as superar. Por isso, vamos ser corajosos e falar!

Antes da conversa…

Podemos pensar em algumas perguntas antes de ter a conversa.

Com quem vamos falar? Com a Mãe? Com o Pai? Com os dois? Quando é que vamos falar? No caminho para a escola? Depois do jantar? Onde é que vamos falar? No quarto? No carro?

É preferível dizermos aos nossos Pais que queremos falar com eles e perguntarmos qual será a melhor altura do dia, com mais tempo, e o lugar mais apropriado.

Por onde é que começamos?

Quando não sabemos por onde começar, escrever é uma ajuda. Pode ser uma boa ideia escrevermos uma carta e mostrá-la aos nossos Pais. Como fez a Laura. Ela escreveu uma carta em que conta como é um dia na sua vida. Podemos ler a sua história e experimentarmos também escrever a nossa carta.

Um dia na vida da Laura

“O alarme do telemóvel tocou às 07:00. Tinha de tomar um duche rápido para ir para a escola pois as aulas começavam as 08:30. Pensava eu que estava na casa-de-banho há apenas uns minutos, quando o meu irmão mais novo bateu à porta:

– Vá lá, despacha-te, estás a tomar banho há 20 minutos! – reclamou, ainda ensonado. – 20 minutos? Perdi o controlo do tempo…

Já eram 09:30, tinha chegado a hora do teste de História.

Eu adoro História e estudei muito para o teste de hoje. Depois de responder a algumas perguntas, o professor indicou que o tempo tinha terminado. Não quis acreditar… Olhei para o relógio para confirmar as horas, mas demorei algum tempo e o professor recolheu a folha de teste. Fiquei na dúvida se tinha lido bem as horas…

As aulas acabaram às 12:30.

Depois do almoço fui ao bar comprar um gelado que custava 1,50€ e cinco rebuçados para o meu irmão que custavam 0,10€ cada um. Não tinha a certeza se tinha dinheiro suficiente, mas também não queria que as minhas amigas me vissem a contar o dinheiro pelos dedos. Então, dei todo o dinheiro que tinha, convencida que chegava. Pensava mesmo que chegava, e que até sobrava…

Chegaram as 14:00, a hora da aula de Matemática.

Quando olhei para os trabalhos que levava para fazer hoje em casa “entrei em pânico”. Eu sei que eu até consegui fazer alguns exercícios, mas o meu coração disparou à mesma. Voltaram os pensamentos negativos: “Eu nunca vou ser boa a Matemática!”. Então, guardei os trabalhos no cacifo antes de sair da escola. Não queria que os meus pais vissem que eu não tinha conseguido fazer todos os exercícios na aula.

Às 14:55 tive aula de Educação Física.

Tinha de dar duas voltas ao campo a correr, em um minuto e vinte e cinco segundos. Corri tão rápido na primeira volta que tive dificuldade em conseguir terminar a segunda no tempo previsto. O professor ficou surpreendido por eu não me ter lembrado do que ainda ontem tinha treinado:

– Porque é tão difícil para ti conseguires lembrar-te de “em um minuto e vinte e cinco segundos”? – desabafou.

– Em um minuto e quanto?

As aulas terminaram as 15:45.

Hoje a tarefa de dar comida aos animais era minha. Eu sabia que eram cinco colheres de comida para o cão e três para o gato. Mas fiquei na dúvida: Será que medi bem as quantidades? É que se eu der comida a mais ao gato, ele vai mandar fora, mas… quanto é “a mais”?

Já eram 21:00 e o grande jogo ia começar.

Já todos tínhamos acabado de jantar e estávamos preparados para ver o jogo na televisão. Tinha começado! Comecei a fazer perguntas também: Quem é que está a ganhar? Se a nossa equipa marcar mais um golo ganha o jogo? Foram tantas as perguntas que fiz que me cansei e fui para o meu quarto.

Como ainda não passavam das 21:30, decidi montar a estante nova que tinha chegado hoje. Desempacotei a caixa e tirei as instruções. Segui o primeiro passo, mas fiquei confusa porque as peças não encaixavam. Irritei-me e empurrei tudo para bem longe.

Quando a minha mãe chegou para me ajudar, até lhe disse que não queria mais a estante. Fui deitar-me. Daqui a pouco o telemóvel deve tocar outra vez para me levantar.”

Depois, podemos dizer aos nossos Pais o que precisamos.

Por exemplo: “Pais, preciso que oiçam e compreendam o que escrevi nesta carta sobre como é um dia na minha vida. Posso contar-vos?” A partir daqui a conversa flui naturalmente.

A conversa correu bem?

A conversa com os nossos Pais corre bem na maior parte das vezes. Mas nem sempre conseguimos ter uma boa conversa. Pode ser porque não estavam num bom dia, ou porque não estavam disponíveis por alguma razão. É sempre possível tentar falar noutra altura. Mas, quando não conseguimos mesmo ter essa conversa, podemos procurar outro familiar, um Professor ou o Psicólogo em quem possamos confiar para falar sobre as dificuldades na aprendizagem.

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