
10 coisas que aprendi na palestra “Saber dizer não!”
Promover a auto-estima, ou 10 coisas que aprendi na palestra “Saber dizer não!”
Promover a auto-estima, implica saber dizer não. Dizer bem. Dizer um “não” que desenvolve o cérebro. Assim:
1 – O Marshmallow de Walter Mischel
Na barriga da mãe, tudo está bem. Não há frustração. Só aí. Cá fora, a vida vai trazer desafios, obstáculos e…frustrações…
O “não” ajuda a enfrentar a vida.
2 – Procure estar com outros “pais” em contexto de aprendizagem
Os rostos variavam nas emoções transmitidas, mas havia um traço comum: a expectativa! A palestra prometia.
Será que sabemos dizer “não” aos nossos filhos? Dizemos “não” com a frequência e intensidade desejadas?
A nossa proposta era darmos pistas para aquilo que gostamos de chamar “o não que desenvolve o cérebro”. Pistas dadas numa reflexão conjunta.
No confronto. Com provocação. Estes “pais”, todos reunidos, melhoraram as suas competências.
3 – Reflita com profundidade sobre as causas das suas eventuais dificuldades em dizer “não”
Só assim, através da reflexão profunda é que podemos desenvolver ferramentas para o desenvolvimento pessoal e aproximarmo-nos da educação que desejamos, e que contempla o “não” consciente capaz de ajudar a desenvolver a auto-estima.
4 – Uma das chaves está na assertividade
A vida não é feita de “nãos”, mas sem o “não” a vida não acontece.
A relação, as relações, precisam da individualidade e a individualidade começa com o aceitarmos as nossas diferenças com assertividade. Aceitando, o próximo passo é apresentá-las aos que nos rodeiam. E essa apresentação é com os nossos “nãos”. Uma boa apresentação rima com assertividade
Assertividade, como a certa altura da palestra, e muito bem, gritou uma “mãe” na primeira fila. Ficámos felizes, porque soubemos que era professora. O professor capaz sabe o significado de assertividade. O professor fantástico, além de saber, exercita-a.
5 -Quando diz “não” sem sentir culpa, ganha liberdade, foge da angústia
Numa “educação positiva”, o “não” também (claro!) faz parte! Lá está, é a importante questão do equilíbrio.
Há cada vez mais Educadores de Infância a pedirem o tema “Saber dizer não!”. E cada vez mais Professores a fazê-lo também. Estaremos numa sociedade permissiva? Deixamos as nossas crianças fazer tudo o que querem? Ou será que estamos (apenas) mais atentos?
Um pouco de ambas. Mas preocupam-me muito as duas primeiras.
6 – Procure inspirar-se, motivar-se e agir, além de (apenas) saber
A adesão dos encarregados de educação à palestra “Saber dizer não!” foi, mais uma vez, esmagadora. Mas, mesmo assim, antes de começarmos, a fantástica Educadora Luísa Figueira, já me fazia um pedido, porque muitos outros pais tinham ficado de fora da sessão. Ela desejava a apresentação que eu ia utilizar.
Não valeria de nada. A apresentação não era daquelas cheias de texto e teoria. Ela ajudava o dinamizador a…inspirar, motivar e levar as pessoas a agir…mais do que (apenas) ensinar!
7 – Ler, estudar, pensar…analisar…muito importante…só que não chega…treine os “nãos”
Há que haver uma comunhão. Um grupo com as mesmas necessidades que se reúne e partilha. Este pode ser o início do seu treino. Treine. Vá dizendo. É na relação que crescemos. Todos. Não podemos ficar só a ler.
No final da palestra, uma “mãe”, acercou-se de mim e agradeceu, referindo as suas dificuldades em dizer “não” e a forma como agora se sentia mais segura.
“Senti a palestra como algo…como hei-de dizer…terapêutico! Desculpe, não sei se é a palavra certa, mas como sou médica foi isso que eu senti!”.
De seguida, voltou a assumir a sua dificuldade em dizer não. E isso deixa-nos felizes! Quem abandonou as esperanças, deixa de usar o “não. E os “pais” não podem perder a esperança. Quem pensa que sabe tudo, tem caminho para o fracasso.
8 – Confiança, confiança,…
Uma criança presente na palestra, foi convidada a subir ao palco. E eram cerca de 150 pessoas a olhar para ela. Subiu, contou uma história. Ouviu as palmas. E mostrou ter algo cuja essência é, em parte , o “não”. Mostrou ter auto-estima.
Na sua vida, de certo que ouve “nãos” da parte da família, nomeadamente dos pais.
Mas de certo que já começa a usar os seus próprios “nãos”. E essa auto-estima será fundamental. Usará o não com os pais, com os amigos…e até com ela mesma, num exercício de autocontrole.
Ela mostrou confiança.
O cérebro das crianças, há que (re) lembrar, está em construção. E o “não” ajuda a esse desenvolvimento. A confiança vem também de vermos ao crescer, a confiança do adulto. O adulto que faz de…adulto! E confiança não é nunca falhar.
9 – Dizer “não” de boca fechada
Dizer “não” só se faz com a boca? Não. Há um “não” fundamental dito pela expressão. Expressão corporal. Expressão facial. “Cara de não”. Não confundir com cara de zangado, descontrolado ou em pânico. O adulto confiante faz a sua “cara de não”.
Funciona bem com crianças até os 4 anos. Mas também com os adultos. Tentarei fazer a minha quando me tentaram mexer na luz da sala. Gosto de ver a cara das pessoas. Preciso. Não vou debitar. Há relação. E essa relação, tem “sins” e tem “nãos” para poder ser completa. Como a boa relação entre pais e filhos.
10 – Focar no curto prazo é um problema
Muitas vezes na relação com as crianças um “sim” é evitar um choro, uns gritos…uma briga…
Aos adultos, cabe a capacidade de olharem para o futuro. De projectarem os seus atos no longo prazo. Não é fácil. Por isso, qualquer reflexão em cima de dados científicos, qualquer trabalho em cima do estudos do desenvolvimento cerebral, só podem ser úteis.
Aos “pais”, cabe a responsabilidade de terem uma vida, para além do acompanhar os filhos. Viverem também a liberdade dos seus “nãos”.
Aos adultos, cabe a capacidade de olharem para o futuro, dizia eu…como a Educadora Cláudia Ribeiro, para dar um exemplo luminoso. Ou como a Educadora Andreia Salvador, para dar outro. Como tantas pessoas com responsabilidade na educação que dizem “não!” à ausência de um (bom) “não!”.
Teste do Marshmallow de Walter Mischel, a explicação
A criação do Mundo Brilhante permite-me visitar escolas de todo o país e provocar os diferentes públicos para poderem melhorar. Agitamos. Queremos deixar marcas.
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