Há dias deparei-me com uma imagem na internet, daquelas com mensagens inspiradoras, cujo título era The Four agreements, por Don Miguel Ruiz. É uma imagem que se tornou viral devido aos sábios dizeres deste autor. Trata-se de um excerto do Best Seller que, talvez devido à constatação do óbvio ou ao discernimento do trivial, milhões de pessoas se identificaram e partilharam a mensagem.
Nós acreditamos que estes princípios podem e devem ser lidos e relidos na vertente da parentalidade. Deixamos aqui a mensagem The four Agreement, interpretado por uma mãe (zelosa) e educadora:
“1. Sê impecável* com a tua palavra
Fala com integridade. Diz apenas aquilo que pretendes dizer. Evita usar a palavra para dizer mal de ti próprio ou para falar sobre a vida dos outros. Usa o poder da Palavra para dizer a verdade e espalhar o amor.”
Este é um principio fundamental quando nos tornamos pais. A integridade só se aprende através do exemplo. Temos de ensinar-lhes a nunca se arrependerem de ser honestos. O Chico-espertismo e a mentira têm perna curta.
Temos de ensinar o valor da Palavra aos nossos filhos, afinal, essa é a arma mais poderosa que lhes podemos dar sem quaisquer custos!
“2. Não leves tudo a peito
Nada do que os outros fazem é por tua culpa. O que os outros dizem e fazem é uma projecção da sua própria realidade, dos seus sonhos. Quando te tornares imune às opiniões e acções alheias, deixarás de ser vítima de sofrimentos desnecessários.”
As crianças são genuínas, e como tal são muitas vezes cruéis, principalmente com os pares. Vamos ensinar os nossos filhos a relativizar. A perceber o que é dito por maldade ou por ingenuidade. O que é pessoal ou da boca para fora. Uma auto-estima sólida é essencial para fazer esta triagem de forma imediata. Uma criança segura, não leva a peito maldades gratuitas, poupando-se assim a situações futuramente angustiantes.
“3. Não faças suposições
Encontra a coragem para fazer questões e para expressar aquilo que realmente queres. Comunica com a maior clareza possível para evitar mal-entendidos, tristezas e dramas. Só este princípio pode transformar a tua vida por completo”
Converse com os seus filhos. Não suponha que a escola está a correr bem, ou que eles se sentem integrados, ou que têm muitos amigos. Não suponha que percebem com facilidade a matéria, ou que são preguiçosos, ou que têm dificuldades de concentração.
Tente saber o que se passa. Converse diariamente. Faça perguntas que estabeleçam diálogo. Pergunte quais as três melhores e piores coisas do dia. Pergunte pelo João, se ainda está doente. O que é que os amigos disseram da sua borracha nova do Star Wars. Pergunte se têm dificuldades e diga-lhes que pode estudar com eles. Não os deixe ficar perdidos. Cabe aos pais ir ao encontro dos filhos. Cada dia que passa sem estabelecer um diálogo de qualidade é um dia que as suas suposições aumentam. E não se esqueça que, na maioria das vezes, essas suposições vão exatamente na direção oposta ao que se passa na realidade.
“4. Dá sempre o teu melhor
O teu melhor irá alterar-se de situação para situação; será diferente quando estiveres doente ou saudável.
Sob quaisquer circunstâncias, dá simplesmente o teu melhor, e evitarás auto-avaliações, abusos de ti próprio e arrependimentos.”
Hoje em dia existe um elevado espírito competitivo entre as crianças. Obviamente, há sempre miúdos que se estão pura e simplesmente a borrifar para isso. Mas a grande maioria compete. Nas notas, no desporto, nos brinquedos que têm, nos gadgets, etc.
É de facto importante ensinarmos a dar o seu melhor. Mas é importante explicar que o seu melhor é relativo. Não é uma constante. Temos de ensinar os nossos filhos a dar o seu melhor de acordo com a situação, com o ambiente, com o material disponível, etc.
É igualmente importante ensinar que se não há cão caça com gato. Isso vai obriga-los a ser criativos e engenhosos. Que se lhes derem limões, façam limonada. Isso vai desenvolver a capacidade de adaptação e ensinar a saber lidar com a adversidade.
Dar o seu melhor é dar o melhor possível de acordo com as condições criadas. Se o fizerem, a mais não são obrigados. E isto é válido também para os pais e as mães.
Acordos em “The Four Agreements: A Practical Guide to Personal Freedom”, de Don Miguel Ruiz,
texto por Up To Kids®
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