Vamos tirar as crianças da tecnologia e pô-las a brincar
Conseguir fazer as crianças saltarem do telemóvel ou da televisão para brincarem de forma livre e espontânea é um grande desafio para muitos pais.
Mas, mais preocupante que isso, é um grande desafio para muitas crianças, que por força do hábito – se foram deixando ficar pelo sofá e foram perdendo a capacidade de brincar, de criar e de sonhar.
Apesar do desafio que, por vezes, é tirar as crianças da tecnologia, é essencial desafiá-las a brincar!
É no brincar e no explorar o mundo de forma livre e espontânea que as crianças se desenvolvem, crescem e consolidam muitos dos seus recursos e das aprendizagens essenciais ao seu dia a dia.
É absolutamente inequívoco que o brincar está para uma criança como um motor está para um carro.
Sem brincar uma criança deixa de ser criança e deixa de cumprir um dos requisitos essenciais a um crescimento saudável.
É muito importante que nunca nos esqueçamos, quer em casa, quer nas escolas, que as crianças aprendem através dos sentidos. Através das experiências mais simples. Através da imaginação e através do corpo. Desta forma, quanto mais facilitarmos espaço para que uma criança brinque livremente e de forma pouco estruturada, mais estamos – ao mesmo tempo – a criar espaço para o seu desenvolvimento físico, emocional e cognitivo. Assim, facilitamos-lhe um crescimento no seu todo e em direção ao melhor de si própria.
Mesmo que seja difícil para uma criança saltar das tecnologias, devemos exigir-lhes que o façam e desafiá-las a brincar.
Pois, fica muito claro que as crianças crescem tão mais felizes e de forma tão mais consistente e inteligente, quanto mais se mexerem.
Quanto mais se sintonizarem com o seu próprio corpo. Quanto mais explorarem o mundo. Mais se sujarem em brincadeiras e quanto mais tiverem a possibilidade de imaginar mundos de ação ou fantasia e tudo isto é possível através do brincar.
É urgente que o brincar passe a estar nas prioridades das agendas de todas as crianças, de todas as famílias e de todas as escolas.
Por Cátia Lopo e Sara Almeida, psicólogas clínicas
No mundo infantil, a Escola do Sentir prima e anseia por uma educação holística, focada na criança/adolescente, alicerçada numa intervenção com pais e numa forte vertente de intervenção social e comunitária.
5 comentários
Achei o artigo muito interessante e pertinente. Completamente de acordo com o comentário da Maria Inês.
Concordo, em pleno, com o artigo. É preciso que as crianças brinquem. É preciso que deixem as tecnologias e brinquem, apenas por… Brincar! A verdade é que as escolas, cada vez mais, aprisionam as crianças, não lhes deixando tempo para nada. Nós intervalos ou as crianças lancham ou brincam, pois o tempo é tão curto que as obriga a escolher. Por outro lado, uma criança tem informática no 3 ano. Será que é necessário, tão cedo, iniciarem a informática?? Penso que pais, escolas, comunidade, precisam de repensar os fatores que levam o tempo das crianças.
<3