Vestir as gémeas de igual?

Vestir as gémeas de igual?

Vestir as gémeas de igual?

As manas, as gémeas.

Tantas vezes que ouvimos chamarem assim as irmãs gémeas, se por um lado, é querido e amoroso, por outro, esconde-lhes as suas individualidades (ou poderá esconder).

A singularidade de cada criança é algo fundamental no seu crescimento, assunto que preocupa os pais, mas arrisco-me a dizer, especialmente os pais de gémeos. A roupa surge neste contexto como um dos aspetos que pode contribuir para a afirmação da individualidade de cada criança. É assim que nos apresentamos ao mundo, a roupa é como que a nossa primeira capa.

Sempre pensei que quando as minhas filhas nascessem, não as vestiria de igual, sempre quis deixar muito marcada esta posição.

Mas depois elas nasceram, e eram tão diferentes, cada uma com traços distintos, com carinhas lindas, mas diferentes. E então como que a justificar a minha contradição, fui vestindo as irmãs de igual, afirmando: “afinal elas são tão diferentes”, “distinguem-se tão bem que não faz mal”. E a verdade é que ficam umas bonecas lindas as duas de igual, por vezes, lá ia alternando com uma cor diferente, ou um ou outro apontamento que diferia.

Posso admitir que sim, que achava piada em vê-las as duas tão giras de igual, mas o motivo não era apenas esse. As pessoas à volta, adoram presenteá-las com peças de roupa iguais, talvez porque gostem, ou porque achem mais simples, ou até porque não querem, de maneira nenhuma, fazer diferenciações.

Eu, como mãe tenho de confessar que é muito mais fácil vesti-las de igual.

Mas depois surgem as questões:

  • Será que estarei a fazer mal?
  • Será que estou a anular as suas diferenças ao pô-las de igual?

E se estas questões enquanto bebés talvez não sejam tão prioritárias, quando os bebés se tornam crianças e se começam a olhar ao espelho, aí, talvez seja importante voltar a equacionar este aspeto.

Com dois anos feitos, e já na escola, decidi tentar, a pouco e pouco, vesti-las de forma um pouco diferente, começando por diferir na cor ou no modelo, ou mudando só a camisola ou só o casaco. Mas rapidamente percebi, que elas próprias olhavam uma para a outra e questionavam a roupa diferente: “mãe nônô estelas, madaeuna bolas não” “mãe nê tem cão (na camisola), nô cão”.

Será que fomos nós que as formatámos para pensarem assim?

Será que são elas que se sentem tão seguras na sua individualidade que não precisam da diferença na roupa?
Não sei, o que sei é que as deixo irem escolhendo e dando a sua opinião nestas questões, na forma como se mostram ao mundo e se acharem que querem igual vestirão igual, mas se preferirem diferente, porque não?

O mais importante é deixar que ambas expressem as suas individualidades, com espaço para se afirmarem como únicas que são.

Afinal de contas será assim a roupa tão importante?

Por Rita Lopes Gouveia, Mãe da Madalena e da Leonor,
para Up To Kids®

Todos os direitos reservados

imagem@itstwinsanity

Revista digital destinada a pais e educadores de crianças incríveis! 😀
Digital Magazine , Up To KIds

Contamos com mais de uma centena de especialistas que produzem conteúdos na área da saúde, comportamento, educação, alimentação, parentalidade e muito mais.  Acreditamos em Pais reais, com filhos reais. 

Gostou deste artigo? Deixe a sua opinião!

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Verified by MonsterInsights